Com registros gravados antes e durante o Carnaval de 2023 e imagens de arquivo, o Salvador Capital Afro, programa da Prefeitura de Salvador, lançará no dia 25 de agosto a série “Afros e Afoxés: A revolução do tambor”, que conta a história de resistência e o legado do Ilê Aiyê, Muzenza, Cortejo Afro, Didá, Malê Debalê, Olodum e do afoxé Filhos de Gandhy. Veiculada em parceria com a Trace Brasil, a série mostra, em sete episódios, a importância dessas agremiações para a manutenção da cultura afro-brasileira. Com depoimentos de músicos, representantes e associados, a série estará disponível na TV no canal Trace Brasil e no YouTube do Salvador Capital Afro.
Os episódios retratam a história, os bastidores e a contribuição de cada entidade para a resistência da herança ancestral no Carnaval. No do Cortejo Afro, o artista plástico e fundador Alberto Pitta e a vice-presidente Andrea Nascimento falam sobre suas relações com o bloco e o seu diálogo com as artes visuais. Já a Deusa do Ébano (2020-2022) Gleiciele Oliveira, o produtor artístico Sandro Teles e o regente da Band’Ayiê Mário Pam tratam sobre o empoderamento proposto pelo Ilê Aiyê. No episódio do maior balé afro de rua do mundo, o Malê Debalê, o fundador Miguel Arcanjo, o mestre de dança Agnaldo Fonseca e a foliã Marcela Santos falam sobre o papel da agremiação na comunidade.
No episódio sobre a Didá, a maestrina Adriana Portela e a percussionista Lucila Laura contam a experiência de participar do primeiro bloco de percussão feminina do Carnaval de Salvador. O ritmo e a história do Muzenza ficam a cargo do mestre de bateria Mário Rodrigues, da produtora Luciane Neves e dos associados Ramon Duarte e Dal Rasta. O cantor Mazinho do Gandhy, o diretor Xiko Lima e o babalorixá Pai Toinho trazem a religiosidade presente no afoxé Filhos de Gandhy. Já o episódio sobre o Olodum, grande símbolo pop reconhecido internacionalmente, é protagonizado pelo presidente Marcelo Gentil e pelo folião Adailton do Nascimento.
A série faz parte das ações do Salvador Capital Afro para posicionar a capital baiana como referência no afroturismo nacional e do mundo. Para Maylla Pita, diretora de cultura da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (SECULT), “Afros e afoxés: A revolução do tambor” é uma importante ferramenta de divulgação da identidade cultural ancestral promovida pelas agremiações. “A série nos conecta com aspectos dos blocos em seus respectivos lugares de atuação, para além do carnaval, e nos apresenta a força do tambor no chão da cidade, em suas dimensões sociais, educativas e estéticas. A potência dos blocos negros na avenida é estruturada por um trabalho igualmente potente, mas anterior à festa, que tem o carnaval como lugar legítimo de afirmação e expansão dos seus diversos discursos de resistência, mas que não se encerram neste lugar”, afirmou.
O CEO da Trace Brasil, Bruno Batista, ressalta que a série é um marco importante no compromisso do canal de apresentar ao Brasil e ao mundo as raízes do Carnaval Afro de Salvador. “Para nós, é uma honra e um privilégio fazer parte desse lançamento histórico em parceria com o programa Salvador Capital Afro. A força de entidades como o Ilê Aiyê, Muzenza, Cortejo Afro, Didá, Malê Debalê, Olodum e o afoxé Filhos de Gandhy, é, sem dúvida, um dos motores da cultura afro-brasileira e, através desta série, poderemos compartilhar suas histórias de resistência, seus ritmos e legados com o público”, afirmou.
O Salvador Capital Afro é uma iniciativa da Prefeitura Municipal de Salvador, através da Secretaria de Cultura e Turismo, no âmbito do Programa Nacional de Desenvolvimento e Estruturação do Turismo (PRODETUR) em Salvador, em parceria com a Secretaria da Reparação. O projeto tem financiamento do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento e é mais uma ação implementada do Plano de Desenvolvimento do Turismo Afro em Salvador.