Em entrevista exclusiva ao portal Toda Bahia, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) comentou sobre o seu papel na campanha eleitoral e na futura gestão do governador eleito da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT). Apesar de ainda enfrentar pendências na justiça, Geddel movimentou os bastidores da eleições desse ano e pode aparecer, vez ou outra, no cenário político da Bahia a partir do próximo ano por meio de aproximações partidárias.
Quando perguntado sobre sua postura de crítica ferrenha aos adversários durante as eleições e como as coisas podem se desenrolar a partir da nova gestão do governo da Bahia, o emedebista manifestou um desejo de ser participativo no que diz respeito à opiniões e posicioamentos – e só.
“No processo eleitoral eu fui discreto quando achei que deveria ser discreto. E fui mais ostensivo quando achei que deveria ser mais ostensivo. […] Qual papel pretendo ter agora? O papel de uma liderança partidária, de um militante partidário, opinando, me posicionando quando procurado dentro do partido e também quando for procurado, e se for procurado – a critério dele –, pelo governador eleito”, afirmou.
Geddel apontou ainda que prefere não tornar públicas as conversas que teve com Jerônimo até aqui, mas destacou que não foi efetivamente procurado pelo governador eleito em tom de consulta. “O partido tem instâncias institucionais, essas que devem ser tratadas, e eu discuto com as instâncias institucionais dentro do meu partido. Evidentemente que isso não me inibe, em sendo instado, a dar minha opinião pessoal quando ela for pedida”, destacou.
Entre outras temáticas abordadas, o ex-ministro tratou ainda de descartar a possibilidade de tornar a aparecer como candidato ou ocupando cargos públicos. Apesar da movimentação na última campanha e da aproximação partidária, já que o vice-governador eleito, Geraldo Júnior, é do MDB, Geddel ressalta que não pretende voltar a estrelar esse cenário.
“Eu vou militar na política, que é a paixão da minha vida, mas sei das limitações e tenho pago o preço que sociedade cobrou de mim através do Judiciário com muita altivez e dignidade. Acho que tenho uma contribuição a dar na articulação política, com a experiência fruto da dor e da alegria e de toda capacidade que acumulei de olhar a floresta toda e, a partir daí, dar minhas contribuições quando for instado a dar”, disse o ex-ministro. “Já exerci todas as funções que a generosidade de Deus permitiu. Agora é seguir outro rumo, outra estrada, sem me desvencilhar daquilo que gosto, que é contribuir de alguma forma quando for procurado para dar minha opinião política”, concluiu.