A campanha institucional da Defensoria Pública da Bahia (DPE-Ba) nesse carnaval vai ter foco num público invisibilizado: vendedores ambulantes, catadores e cordeiros. O objetivo da ação é justamente colocar em destaque a importância deles para a maior festa popular do mundo, além de promover educação para a garantia de direitos desses e de outros públicos e segmentos costumeiramente invisibilizados na folia.
O tema dialoga com a discussão sobre racismo no Carnaval promovida pela instituição em 2020, quando a Defensoria se posicionou em defesa da cultura negra com apoio dos blocos afro e afoxés de Salvador. A maioria dos que desempenham as atividades de ambulantes, catadores e cordeiros é de pessoas negras e potenciais usuários(as) dos serviços da DPE/BA.
“Quando escolhemos como trabalhar, pensamos numa atuação que já fazíamos com os ambulantes e catadores o ano inteiro, e incluímos os cordeiros pensando em fazer esse recorte da equidade racial. A gente percebe que as pessoas que são mais invisibilizadas em qualquer sistema são as pessoas negras”, destaca Donila Ribeiro, coordenadora executiva das especializadas da DPE/BA.
A campanha contará com peças gráficas para as redes sociais, vídeos para TV, spot de rádio, outdoor e backbus. Além disso, haverá distribuição de panfletos e ventarolas informativas para o público alvo. Os materiais pensados para divulgação reforçam a necessidade de respeito aos que desempenham essas atividades, cujo direcionamento da atuação da Defensoria apenas se intensifica no período momesco. O fato é que vamos além da ação publicitária.
Até porque, nos dois anos sem Carnaval, eles sofreram como poucos. Durante a pandemia, perderam sua maior fonte de renda. Agora retornam como protagonistas e merecem a devida atenção e visibilidade dos entes públicos. O Carnaval de Salvador movimenta um montante que pode chegar a quase R$2 bilhões. Quanto disso é utilizado para melhorar as condições dessas pessoas?
Um grupo com cerca de 80 defensores públicos, servidores e equipes de apoio estará atenta para garantir os atendimentos, seja na sede do plantão (no Canela), Unidade Móvel e visitas a espaços estratégicos para promoção de direitos. As equipes fiscalizarão abrigos, ponto de coletas de materiais recicláveis, locais de apoio para banho e descanso de pessoas em situação de rua etc.
