Em 2023, 41.704 brasileiros estavam com matrículas ativas nas escolas, universidades e programas de intercâmbio dos Estados Unidos, fazendo do Brasil o quinto país com mais estudantes internacionais em instituições de ensino americanas. Trata-se de um aumento de 10% em relação ao ano anterior e o maior volume da série histórica. Os dados são de um levantamento da consultoria imigratória Viva América e engloba tanto alunos secundários, que vão para os EUA para fazer o ensino médio, quanto aqueles do ensino superior, de cursos vocacionais ou de programas de intercâmbio por meio dos vistos F-1, M-1 e J-1. Os dados foram obtidos a partir de informações do Departamento de Segurança Interna (DHS), do Centro Nacional de Estatísticas Educacionais (NCES) e do programa Open Doors. O país respondeu por 2,71% do total de 1,5 milhão de alunos internacionais em solo estadunidense em 2023. Com mais de 377 mil estudantes, a Índia lidera a lista, seguida por China (330 mil), Coreia do Sul (63 mil) e Canadá (43 mil). “Com as melhores universidades do mundo e uma influência cultural de grande alcance, os EUA mostram e reforçam sua capacidade de atrair jovens talentos e profissionais. Via de regra, é um movimento mutuamente benéfico, sobretudo quando esses estudantes retornam ao Brasil, mas o que temos visto é uma disposição cada vez maior por parte deles de ficar em solo americano, o que pode indicar um movimento de fuga de cérebros”, comenta Rodrigo Costa, CEO da Viva América. Em consonância à análise do executivo, o governo brasileiro lançou, em julho, um programa de repatriação de talentos para atrair de volta pesquisadores que estão no exterior. “Quando o jovem vem estudar nos EUA, em especial na graduação, ele tem vários estímulos para continuar no país. É comum, por exemplo, que, nos últimos anos da faculdade, ele já comece a receber ofertas de emprego que pagam, em poucos meses, o que ele ganharia em um ano ou mais no Brasil”, salienta Costa, que desde 2014 vive em Orlando, no estado da Flórida. Os dados mais recentes da economia norte-americana apontam uma forte escassez de mão de obra no país. Enquanto, as empresas têm 8 milhões de vagas abertas, há somente 6,8 milhões de desempregados. “Há menos gente para trabalhar do que postos a serem preenchidos. A solução para isso é estimular a contratação de mão de obra qualificada do exterior.” Ensino Superior Considerando apenas os alunos matriculados em faculdades e universidades americanas, o Brasil registrou 16.205 alunos em graduações e pós-graduações americanas, ficando na nona colocação entre os países dessa lista, que é liderada por China (289 mil), Índia (268 mil) e Coreia do Sul (43 mil). A maioria (59,4%) frequenta instituições públicas, enquanto 40,6% estudam em escolas privadas. Além disso, 49% dos brasileiros estão matriculados em cursos de graduação, enquanto 30,6% em pós-graduações. “Universidades dos estados da Flórida, Califórnia e Nova York são, respectivamente, as que mais têm recebido os estudantes brasileiros”. Países com mais alunos matriculados nos Estados Unidos (2023) 1. Índia: 377.620 2. China: 330.365 3. Coreia do Sul: 63.314 4. Canadá: 43.873 5. Brasil: 41.703 6. Vietnã: 31.310 7. Japão: 28.408 8. Taiwan: 28.218 9. Nigéria: 26.431 10. México: 23.756 Série Histórica – Brasileiros matriculados nos Estados Unidos (2017-2023) |