Muitos adultos têm se conectado profundamente com o recém-lançado Divertida Mente 2. Em tempo recorde, a franquia mais adulta de filmes infantis se tornou a animação com a maior bilheteria de todos os tempos no Brasil. Somente no último fim de semana, mais de 3,42 milhões de pessoas foram aos cinemas, que arrecadaram mais de R$ 74,8 milhões com a exibição, segundo a ComScore.
Uma das grandes lições do filme é a necessidade de equilibrar e harmonizar as emoções, interpretadas pelos personagens Alegria, Tristeza, Raiva, Medo e Nojinho. Agora, o novo lançamento conta com quatro novos personagens que nascem conforme a protagonista, Riley, se torna adolescente.
Ansiedade, Tédio, Inveja e Vergonha vêm para provar ao público que sentimentos negativos também devem ser acolhidos como parte integral da experiência humana, e que todos eles são responsáveis por formar a personalidade, o senso crítico e o autoconhecimento. Não é à toa que todo o filme pode ser associado à Terapia Cognitiva-Comportamental.
Isso porque, ao protagonizar as novas fases da vida de Riley, Divertida Mente 2 ilustra como as emoções interagem entre si para formar decisões, que se concretizam em convicções e, por fim, moldam o “senso de si” da personagem – ou seja, sua personalidade.
Mas então, surge a dúvida: se Divertida Mente retrata apenas uma adolescente com os hormônios à flor da pele, aprendendo a lidar com seus sentimentos, por que tantos adultos também esparramam lágrimas assistindo ao filme?
A verdade é que mesmo nós, adultos, ainda lutamos para compreender as emoções e viver conectados ao próprio “eu” interior. Já crescidos, ainda temos questões pendentes com a personalidade, que apesar de ser mais definida do que a fase adolescente, na maioria dos casos, pode surpreender com novos valores e comportamentos.
A história de Divertida Mente 2 lembra que, assim como Riley, experiências inéditas influenciam as escolhas à medida que envelhecemos. Sendo assim, a inclusão dos novos personagens, que seriam estigmatizados na vida real, também simbolizam um lembrete poderoso de que somos compostos por uma ampla gama de emoções, e que todas elas merecem ser validadas para evitar o desencadeamento de pensamentos negativos, a sobrecarga emocional e até crises e transtornos mentais.
Nesse sentido, mindfulness é uma meditação científica que ajuda a navegar por essas transformações com clareza e responder aos sentimentos de maneira consciente, sem deixar dominar pelas lutas emocionais que afloram em momentos turbulentos da vida. Ao cultivar a atenção plena, podemos aceitar a impermanência da vida e encontrar um caminho mais significativo, transformando cada desafio em oportunidade de crescimento e autodescoberta.
Exaltado pela neurociência como uma ferramenta benéfica para diferentes regiões do cérebro, o mindfulness integrado à Psicologia Cognitiva-Comportamental é capaz de estimular o córtex pré-frontal, que está intimamente ligado à tomada de decisões, interações sociais e autoconsciência.
Essas estruturas cognitivas podem ser ativadas por diferentes técnicas de foco, como pausas e exercícios de respiração, caminhadas, meditação guiada e a prática de estar presente em momentos simples do dia a dia, como ao comer ou escovar os dentes. O resultado dessas estratégias é o desenvolvimento do autocontrole emocional, permitindo gerenciar sentimentos e criar uma conexão mais profunda com o corpo, em situações incomuns.
Divertida Mente 2 convida a refletir sobre a complexidade da mente e entender que cada sentimento, seja ele positivo ou negativo, é responsável por moldar a jornada de autodescoberta e crescimento pessoal. E, ao adotar o mindfulness como uma estratégia terapêutica na rotina, é possível aprender a exercitar a autocompaixão, abraçando a diversidade das emoções e encontrando o bem-estar psicológico para todas as decisões e convicções.