Dia do Vira-Lata: animais sem raça definida aguardam por adoção responsável

Foto: Domínio Público

No dia 31 de julho, comemora-se no Brasil o Dia do Vira-Lata, termo usado para apelidar carinhosamente cães e gatos sem raça definida, provenientes de uma mistura de raças. A data tem o objetivo de promover a adoção responsável desses animais. Embora haja um crescente interesse pelos vira-latas, o número de animais em situação de vulnerabilidade ainda é grande: o Brasil tem hoje 184.960 animais abandonados ou resgatados por maus-tratos, sob tutela de ONGs e grupos de Protetores, de acordo com levantamento do Instituto Pet Brasil. Destes, 96% são cães e 4% são gatos.

Um dos motivos principais para o abandono é a falta de conhecimento aprofundado sobre o processo de adoção e seus impactos reais na vida do pet e do tutor, avalia Roberta Paiva, gerente de marketing de Pet Health da Elanco Saúde Animal. Desde 2021, a empresa lidera o Movimento Adoção de Responsa, que visa conscientizar sobre a importância da adoção responsável e como ela deve ser conduzida para se obter sucesso “A adoção responsável não culmina em abandono ou maus-tratos”, explica Roberta. “Adotar é um ato de amor que traz muitas alegrias, mas deve ser feito com responsabilidade, cuidado e atenção, sempre considerando as necessidades físicas, emocionais e comportamentais do animal.”

Interessados em adotar podem buscar informações sobre instituições ou usar outros meios, como o aplicativo lançado pela Elanco no final do ano passado, o Cãobinado. Disponível na Apple Store e no Google Play Store, o app tem duas interfaces, uma para as ONGs e outra para os interessados na adoção. Na versão da ONG, a instituição cadastra os animais, incluindo foto, idade, sexo e porte, além de responder a um questionário sobre o seu comportamento, como sua reação com pessoas estranhas, como reage a outros cães, entre outras características.

Na versão para potenciais tutores, a pessoa deve preencher seus dados cadastrais e responder perguntas sobre sua rotina, experiência com cães, disponibilidade de tempo para cuidados, períodos de ausência e frequência de atividades ao ar livre. O aplicativo cruza essas informações para calcular um percentual de “match” entre tutores e cães cadastrados. Essa triagem inicial é complementada por uma avaliação presencial realizada pelas ONGs cadastradas, garantindo uma adoção com grandes chances de sucesso e baixa possibilidade de um segundo abandono, algo muito comum nos processos de adoção. Além disso, responder às perguntas ajuda o futuro tutor a compreender melhor suas responsabilidades com o pet.

Concretizada a adoção, começa uma nova etapa também muito importante: a da adaptação do pet ao novo lar e família. E vice-versa.

Entre as orientações para uma boa adaptação estão:

  1. Consulta inicial com um médico-veterinário: certifique-se de que o animal está saudável e em dia com os cuidados básicos, como a vacina, o uso de parasiticidas e vermífugos; aproveite esse momento para coletar dicas importantes sobre alimentação adequada.
  2. Avalie se o local onde o animal permanecerá está seguro e limpo: veja se não há risco de fuga ou acidentes, por exemplo. Também esteja atento às condições de higiene do espaço;
  3. Supervisão inicial: nas primeiras semanas, supervisione o pet, mostre cada cômodo e crie um espaço seguro com cama, cobertor, água e comida;
  4. Socialização: apresente o pet gradualmente a outras pessoas e animais, respeitando seu ritmo;
  5. Rotina e horários: estabeleça uma rotina para alimentação, passeios, brincadeiras e sono, proporcionando previsibilidade;
  6. Paciência e ajuda especializada: seja paciente e busque ajuda de um especialista em comportamento animal se necessário.

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